O que é Doação de Óvulos?
Casais com problemas de fertilidade e que desejam ter filhos podem se submeter a tratamentos de reprodução assistida para realizarem esse sonho. Esses tratamentos são indicados para vários problemas, seja com o homem ou com a mulher.
Em alguns casos, é possível utilizar as células do casal (óvulos e espermatozoide) para que o procedimento seja realizado. Em outros, é necessário utilizar as células de um doador, mas não somente homens doam esperma, porque as mulheres também podem fazer a doação de seus óvulos.
Essa é uma prática legalizada no Brasil e regulamentada pela resolução do CFM nº 2.168/2017. Essa mesma resolução traz a ética do procedimento de doação de óvulos para que ele seja realizado sem constrangimento por nenhuma das partes.
A mulher doadora não pode conhecer a receptora, ou vice versa. A doação é sempre anônima, e com base nas características físicas do casal e seu tipo sanguíneo, para escolher a doadora ideal em cada caso.
A doação dos óvulos pode ser realizada por mulheres que tenham feito tratamento para fertilização e produziram mais óvulos do que o necessário.
É preciso que a doadora seja uma mulher saudável, com idade entre 18 e 34 anos, a fim de assegurar sua maioridade legal, e que ela esteja dentro da faixa etária em que a fertilidade feminina é acentuada. Isso também garante a qualidade dos óvulos.
A doadora não pode apresentar doenças, infecções ou problemas genéticos que poderiam comprometer a qualidade de seus óvulos. Por isso, elas são selecionadas com cautela, a fim de oferecer para o casal receptor células com altas chances de sucesso em seu tratamento.
Trata-se de uma atitude altruísta e muito bela, que ajuda as mulheres e casais a realizarem o sonho da gravidez. A cada ano milhares de bebês nascem de óvulos doados, o que mostra que esse gesto é muito significativo e importante.
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Doação de óvulos: indicação
A doação de óvulos é um procedimento recomendado para mulheres que desejam engravidar, mas por algum motivo não podem usar seus próprios óvulos. Geralmente, mulheres receptoras de óvulo são aquelas que:
Estão na menopausa
Nessa fase da vida, a mulher já não ovula mais, o que a impede de engravidar. Porém, ainda pode ser de seu desejo ter um filho, então, a doação de óvulos é indicada a fim de que ela possa gerar um bebê, mesmo que isso não seja mais possível com suas células.
Manifestam a menopausa precoce
A menopausa costuma se manifestar entre os 45 e 55 anos da mulher. Porém, algumas podem começar a sentir os sintomas do climatério numa idade inferior a 45. Esse estado é chamado de menopausa precoce, e também faz com que a mulher deixe de ovular.
Porém, se ela ainda pretende ser mãe, a menopausa precoce pode interferir em seus planos, então, a doação de óvulos é indicada, a fim de obter as células que necessita para fecundar com o esperma de seu parceiro para terem um filho.
Possuem ovários não funcionantes
Pode acontecer de a mulher nascer com seus ovários, porém, eles não produzirem óvulos. A mulher então não ovula, e por isso não apresenta um período fértil e não pode engravidar com suas próprias células.
Apesar disso ela pode gerar um bebê, então, precisa apenas da doação dos óvulos para que sejam fecundados pelo esperma do parceiro. Então, é feita a seleção de uma doadora compatível para que ela receba os óvulos que precisa.
Têm histórico de doenças genéticas
As doenças genéticas são aquelas que passam dos pais para os filhos, e que muitas vezes são agressivas. Quando a mulher é portadora de uma doença com essa classificação, ela pode escolher não utilizar seus óvulos para gerar um filho.
Também pode acontecer de o problema ter prejudicado seus óvulos, então, é preferível que ela seja receptora de óvulos saudáveis para realizar o sonho de ser mãe sem que seu filho corra o risco de desenvolver a doença de seus familiares. É também uma forma de quebrar esse ciclo.
Produzem óvulos de baixa qualidade
A baixa qualidade dos óvulos de uma mulher torna menores as chances de eles serem fecundados. Ela pode até mesmo produzir os óvulos com regularidade, porém, o espermatozoide não consegue fecundá-lo, o embrião não desenvolve ou não acontece a implantação.
Isso pode ser uma característica da mulher, ou decorrente de sua idade e queda de fertilidade. Essa condição também resulta em falhas no tratamento de fertilização in vitro, e por isso, a doação de óvulos é o caminho mais indicado.
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Outras condições como a idade avançada da mulher, a retirada dos ovários por cirurgia, realização de quimioterapia ou radioterapia, entre outros, podem prejudicar a fertilidade. Então, receptar óvulos doados é uma indicação neste caso também.
Como funciona a Doação de Óvulos?
A doação de óvulos é feita pelo mesmo procedimento que a coleta dessas células para fertilização in vitro.
O mais usual é que as mulheres interessadas em doar sejam cadastradas, e estejam à disposição quando um casal compatível precisar de suas células. A partir daí é realizado todo o processo para coleta dos óvulos.
A doadora começa a receber doses de hormônio FSH no segundo dia do seu ciclo menstrual, durante 9 ou 10 dias, para estimular o crescimento folicular. Ela é acompanhada nesse período, e são realizados ultrassons para observar o crescimento dos folículos.
Quando eles atingem o tamanho ideal, a doadora recebe uma dose do hormônio HCG, que promoverá a maturação dos óvulos e sua liberação. Esse tempo deve ser calculado para que a coleta seja realizada no tempo certo.
Cerca de 36 horas depois de administrar o HCG, é possível fazer a coleta dos óvulos. Esse procedimento é realizado diretamente no corpo da doadora. Ela recebe uma sedação para evitar dores e desconfortos, então, com auxílio de uma agulha muito fina introduzida em seus ovários, através da ultrassonografia transvaginal, o líquido que contém os óvulos é aspirado.
Então, as células são reservadas para serem fecundadas com o sêmen que o parceiro da receptora está coletando no mesmo dia. As células femininas e masculinas são levadas ao meio de cultura para fecundação, ou o espermatozoide é inserido no interior do óvulo pela injeção intracitoplasmática.
A doadora não precisa ficar internada e pode retornar para suas atividades.